O livro se inicia assim: "Todas as famílias felizes são iguais. As infelizes o são cada uma à sua maneira".
A trama gira em torno do caso extraconjugal da personagem que dá título à obra, uma aristocrata da Rússia Czarista que, a despeito de parecer ter tudo (beleza, riqueza, popularidade e um filho amado), sente-se vazia... até encontrar o impetuoso oficial Conde Vronski.
Ela abandona a família pelo seu amor, para descobrir de maneira dolorosa que o Conde era apenas um mulherengo, e que, para ele, ela não passava de uma aventura carnal. A descoberta tira-lhe o sentido de viver e ela termina por suicidar-se. O que essa história tem a ver com a situação atual?
Hoje em dia, apesar de estarmos alcançando os limites dos recursos naturais do planeta, vivemos uma fartura tão grande de tudo, que estamos sempre querendo mais. Somos consumistas atrozes, implacáveis, INSACIÁVEIS. Queremos sempre o último modelo. Há sempre um produto melhor (sonho de consumo) a ser alcançado. A escada da Felicidade nunca chega ao fim. Até o amor se submeteu a essa lógica da voracidade. Até o amor virou objeto de consumo e passou a ser descartável, substituível.
Quem ama de verdade sabe que tem um pacto de felicidade: Não se pode ser feliz deixando a ex-pessoa amada infeliz atrás de si. Quem ama (ou amou) tenta cuidar do sentimento alheio, ainda que – sabemos - ninguém pode se responsabilizar INTEIRAMENTE pelos sentimentos de outrem.
Mas... ainda há tempo para estas delicadezas?
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Por que postei essa reflexão?
Por nada. Estou livre, descompromissado ... mas cuidando sempre de quem cuida (ou cuidou) de mim